"Novela das oito faz de Admirável Gado Novo um hit de novo e cantor passa a ser cult entre jovens"
Impossível não se emocionar quando a novela "O rei do gado" retrata a questão dos sem-terra ao som da versão original de "Admirável gado novo", lançada pelo seu autor, Zé Ramalho, em 1978, num show no Teatro Tereza Rachel. A inclusão da música na trilha da novela de Benedito Ruy Barbosa injetou novo ânimo na carreira de Ramalho, que já vinha sendo cultuado pela juventude nos shows que apresenta pelo país. Para comemorar o revigoramento da sua obra, o cantor está lançando um novo disco, "Cidades e lendas", e se prepara para gravar outro CD, ao vivo, com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo. O quarteto sobe ao palco do Cane-cão, em agosto, para registrar o show "O grande encontro".
— Vejo uma conexão do meu trabalho com a garotada, por causa do lado pop da minha música
— explica Ramalho, aos 47 anos.
—Eu descobri os violeiros nordestinos depois de ter conhecido Beatles e Rolling Stones. A soma do pop com o Nordeste deu em Zé Ramalho.
Antes de começar a tocar com Alceu, em 1974, Ramalho empunhava a guitarra para interpretar covers de sucessos pop em bailes nordestinos. Na visão dele, é essa proximidade com o pop que fez com que Cássia Eller e Biquíni Ca-vadão regravassem "Admirável gado novo", recentemente.
— Esse renascimento da música, quase 20 anos depois, me dá a impressão de que ela tem uma dimensão que eu mesmo nunca imaginei — diz Ramalho.—Tirando o lado romântico, a questão dos sem-terra é a trama mais importante da novela, e "Admirável gado novo" é uma música de luta, de guerrilha. Ela foi feita em função da repressão do povo brasileiro. A letra é atual porque fala do conformismo do nosso povo.
Ramalho conta que, quando gravou a música no seu segundo disco, em 1979, chegou a receber "* telefonemas anônimos que lhe pediam "cuidado" com os versos desesperançados da letra. Hoje, ele se gaba disso e celebra também o atual sucesso de "Chão de giz" na voz de Elba Ramalho. Feliz com a idolatria dos jovens, que lotam seus shows e cantam suas músicas em coro, Ramalho revela que um grupo mineiro de heavy metal, Lorde pra Leão, regravou "Frevo mulher". Zé Ramalho agora è cult. (Mauro Ferreira).
— Vejo uma conexão do meu trabalho com a garotada, por causa do lado pop da minha música
— explica Ramalho, aos 47 anos.
—Eu descobri os violeiros nordestinos depois de ter conhecido Beatles e Rolling Stones. A soma do pop com o Nordeste deu em Zé Ramalho.
Antes de começar a tocar com Alceu, em 1974, Ramalho empunhava a guitarra para interpretar covers de sucessos pop em bailes nordestinos. Na visão dele, é essa proximidade com o pop que fez com que Cássia Eller e Biquíni Ca-vadão regravassem "Admirável gado novo", recentemente.
— Esse renascimento da música, quase 20 anos depois, me dá a impressão de que ela tem uma dimensão que eu mesmo nunca imaginei — diz Ramalho.—Tirando o lado romântico, a questão dos sem-terra é a trama mais importante da novela, e "Admirável gado novo" é uma música de luta, de guerrilha. Ela foi feita em função da repressão do povo brasileiro. A letra é atual porque fala do conformismo do nosso povo.
Ramalho conta que, quando gravou a música no seu segundo disco, em 1979, chegou a receber "* telefonemas anônimos que lhe pediam "cuidado" com os versos desesperançados da letra. Hoje, ele se gaba disso e celebra também o atual sucesso de "Chão de giz" na voz de Elba Ramalho. Feliz com a idolatria dos jovens, que lotam seus shows e cantam suas músicas em coro, Ramalho revela que um grupo mineiro de heavy metal, Lorde pra Leão, regravou "Frevo mulher". Zé Ramalho agora è cult. (Mauro Ferreira).
Jornal O Globo em 03/07/1996
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