
A evocação a Avohai tornou-o conhecido em todo o Brasil, como o compositor paraibano que traria forte e nítida expressão da realidade do Nordeste. Agora, Zé Ramalho está se preparando para a segunda etapa de seu trabalho, que já recebeu o título: A Peleja do Diabo Com o Deus do Céu, onde fala dos valores humanos ligados ao bem e ao mal. Nesse meio tempo, recebeu um troféu da Rádio Globo, como o cantor revelação de 78.
O espírito do povo, toda a carga e acúmulo de sofrimento do povo nordestino formam o tema preferido de Zé Ramalho. Do trabalho que está terminando de preparar, "falo da mulher e do homem. Do certo e do errado. É a passagem de um cantador por tudo isso, contado através de seu canto. Para caracterizar melhor o que queria dizer tive a ajuda do Zé do Caixão, no aspecto visual da obra".
Para conseguir chegar onde chegou, Zé Ramalho atravessou muitas dificuldades. "Em 1977 fui a todas as gravadoras que me recusaram, não aceitaram o que eu fazia. Finalmente, com o apoio de Carlinhos Sion, gravei na CBS, com as mínimas condições técnicas. Tive de fazer um disco num estúdio de oito canais em apenas 15 dias."
Além de compor, o que para ele é uma atividade natural, Zé Ramalho dedica todo o tempo de lazer à sua casinha em João Pessoa. "Fico curtindo meus dois filhos, Kika e Antônio, que são o maior barato. Sabe, eu quero deixar vários filhos no mundo, como uma perpetuação da minha espécie. Acho importante que elas tenham a sua visão de liberdade, suas decisões. E muito do meu sorriso..."
Reportagem de Tom Alvarez, Foto de Izi Bereanu.
Revista Amiga em 30/05/1979
Arquivo ( Acervo Zé Ramalho da Paraíba)
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