domingo, 15 de julho de 2012

Zé Ramalho lança ‘Sinais dos Tempos’

Ao DIÁRIO, cantor fala do legado da música nordestina, das manifestações folclóricas e da mídia.
Márcio Cruz

marcio.cruz@diariosp.com.br

Ele está de volta. E com novas mensagens do além. Criador de sucessos como “Avôhai”, de 1977, e “Admirável Gado Novo”, de 1980, sucesso na trilha de “O Rei do Gado” (1997), Zé Ramalho lança “Sinais dos Tempos”. Desde 2008, o cantor se dedicava a discos-homenagens a ídolos como Bob Dylan, em 2008, Luiz Gonzaga, em 2009, Jackson do Pandeiro, em 2010, e Beatles, em 2011.

Agora, um dos principais representantes da geração nordestina setentista, Zé retoma a linha temática que o tornou famoso, com uma mistura de baião, folk, blues e rock. E ainda letras sobre as fragilidades do homem e o sobrenatural. Dia 17/8, ele faz show de lançamento do álbum, no Tom Jazz.

DIÁRIO_ Como você vê o legado da música nordestina na cena pop?
ZÉ RAMALHO_
Me dá impressão que parou na minha geração, que veio logo após Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Domiguinhos. Eu, Fagner, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros fizemos dessas fontes o nosso aprendizado, mas adicionamos a modernidade e a transformação do nordeste contemporâneo. A música nordestina atual descamba para uma música cada vez mais distante dessas raízes e fontes.

A canção “Um Pouco do que Queira” fala das festas de São João...
Bem, a Festa de São João é a redenção máxima da popularidade nordestina, em termos de festejos e folguedos de grande extensão popular. O São João nordestino hoje é feito de festas superproduzidas.

Você precisou passar por um novo trabalho de canto para incorporar as novas canções?
Não exatamente. Meu método e minha visão de fazer música não seguem uma regra óbvia. Quando passei três anos lançando o projeto “Zé Ramalho Canta”, foi o enriquecimento da minha obra através do meu lado intérprete. Lançar disco de músicas inéditas é cada vez mais raro e difícil de colocar no mercado.

Houve composições de outros autores que chegaram a fazer parte do projeto?
Não. A minha ideia, depois de cantar Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Beatles, Bob Dylan e Raul Seixas, foi exatamente retomar meu lado autoral radicalmente, calando a boca daqueles fãs desconfiados que me insultavam, através do meu site, insinuando que a minha fonte de compor havia secado. Aí está a resposta!

Você é pai de seis filhos e avô de cinco netos. Algum de seus filhos é músico?
A maioria dos filhos é envolvido com música. Mas apenas um segue a carreira ideológica e romântica de ser artista. É o meu terceiro filho, o João Ramalho, que tem a banda JPG.

Fonte: Jornal "Diário de São Paulo"

Um comentário:

  1. Cantor maravilhos com letras excelente , simpatico , cativante etc adorooooooooo ele

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