Suas influências musicais são uma mistura de elementos da cultura nordestina (cantadores, repentistas e rabequeiros), da Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys e Renato e seus blue caps), a sonoridade dos Beatles e a rebeldia de The Rolling Stones, Pink Floyd, Raul Seixas e, principalmente, Bob Dylan. Há elementos da mitologia grega e de (histórias em quadrinhos) em suas músicas.
Tem seis filhos: Christian (1974), Antônio Wilson (1978), João (1979), Maria Maria (1981), José (1992) e Linda (1995); além de cinco netos, Ester (1999) e Miguel (2004), filhos de Maria com Zé Carlos; Ana Lua (2002), filha de João com Mariana; Maria Luísa, (2009) e Felipe (2011), filhos de Christian e Tatiana. É casado com Roberta Ramalho, mãe de José e Linda, há 27 anos.
Infância:
Zé Ramalho nasceu em 3 de outubro de 1949 em Brejo do Cruz/PB, filho de Estelita Torres Ramalho, uma professora do ensino fundamental, e Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, um seresteiro. Quando tinha dois anos de idade, seu pai se afogou numa represa do sertão, e passou a ser criado por seu avô. A relação entre os dois seria mais tarde homenageada na canção "Avôhai". Após passar a maior parte da sua infância em Campina Grande, sua família se mudou para João Pessoa. Esperava-se que ele se formasse em Medicina.
Assim que a família se estabeleceu em João Pessoa, ele participou de algumas apresentações de Jovem Guarda, sendo influenciado por Renato Barros, Leno e Lílian, Roberto Carlos & Erasmo Carlos, Golden Boys, The Rolling Stones, Pink Floyd e Bob Dylan. Em 1974, seu primeiro filho, Christian, nasceu.
Os primeiros trabalhos: 1974-1975
Em 1974, ele tocou na trilha sonora do filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, de Tânia Quaresma. Na época, passou a misturar as suas influências: de Rock and roll a forró. Um ano depois, gravou seu primeiro álbum, Paêbirú, com Lula Côrtes na gravadora Rozenblit. Hoje em dia, as cópias desse disco valem muito por serem raras.
Começo da carreira: 1975-1984
Em 1977, gravou seu primeiro álbum solo, Zé Ramalho. No próximo ano, seu segundo filho, Antônio Wilson, nasceu.
Em 1979, veio o terceiro filho, João, fruto de sua relação com Amelinha, e também o segundo álbum, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu. Mudou-se para Fortaleza em 1980, onde escreveu seu livro Carne de Pescoço. O terceiro álbum A Terceira Lâmina, foi lançado em 1981, ano em que nasceu sua primeira filha, Maria Maria; logo após, veio o quarto disco, Força Verde, em 1982.
Em 1983, após o lançamento do quinto álbum, "Orquídea Negra", terminou sua relação com Amelinha e se mudou para o Rio de Janeiro. Depois de gravar "Por aquelas que foram bem amadas ou para não dizer que não falei de rock", no início do ano de 1984, passou a viver com Roberta Ramalho, com quem vive até hoje.
Queda na popularidade: 1985-1990:
Os anos oitenta seriam palco de uma queda no sucesso de Zé Ramalho, com o lançamento dos álbuns Pra Não Dizer Que Não Falei de Rock ou Por Aquelas Que Foram Bem Amadas" (1984), De Gosto de Água e de Amigos (1985), Opus Visionário (1986) e Décimas de um Cantador (1987). Uma possível causa dessa fase ruim seria o uso de experimentalismo na música. Em 1990, ele tocou nos Estados Unidos para um público brasileiro.
Acusação de plágio:
Zé Ramalho foi acusado na edição da revista Veja de 21 de julho de 1982 de plagiar na letra da canção "Força Verde", um texto de William Butler Yeats utilizado como introdução Roy Thomas na revista em quadrinhos do Hulk publicada no Brasil 10 anos antes pela GEA[2].
Após esse fato outras acusações de plágio vieram a tona, uma delas foi referente a uma música de muito sucesso cantada por Amelinha (Mulher nova, bonita e carinhosa…), porém, todas as acusações se mostraram inidôneas.
De volta ao sucesso: 1991-2001:
Em 1991, sua única irmã, Goretti, morreu. Ainda assim, gravou seu décimo primeiro álbum, Brasil Nordeste (que continha regravações de músicas típicas nordestinas) e voltou ao seus tempos de sucesso. A canção "Entre a Serpente e a Estrela" foi utilizada na trilha sonora da novela Pedra Sobre Pedra. Em 1992, teve seu quinto filho, José, (o primeiro com Roberta), fato que foi seguido pelo lançamento do álbum Frevoador. Em 1995, nasceu a segunda filha: Linda.
Em 1996, gravou o álbum ao vivo O Grande Encontro com Elba Ramalho e os famosos nomes da MPB Alceu Valença e Geraldo Azevedo. No mesmo ano, lançou o álbum Cidades e Lendas.
O sucesso de O Grande Encontro foi grande o suficiente pra que Zé Ramalho decidisse gravar uma nova versão de estúdio em 1997, desta vez sem Alceu Valença. O álbum vendeu mais de 300.000 cópias, recebendo os certificados ouro e platina.
Para celebrar seus vinte anos de carreira, lançou o CD Antologia Acústica. A gravadora Sony Music também lançou uma box set com três discos: um de raridades, um de duetos e um de sucessos. A escritora brasileira Luciane Alves lançou o livro Zé Ramalho – um Visionário do século XX.
Antes do fim do milênio, um outro sucesso Admirável Gado Novo (primeiramente lançado no álbum A Peleja do Diabo com o Dono do Céu) foi usado como abertura da novela O Rei do Gado. Ele também lançou o álbum Eu Sou Todos Nós, seguido do Nação Nordestina, sendo que nesse último a música nordestina foi novamente explorada. O álbum foi indicado para o Latin GRAMMY Award de Melhor Álbum de Música Regional ou de Origem Brasileira.
O terceiro milênio: 2001-atualmente:
O primeiro trabalho do século XXI foi o álbum tributo Zé Ramalho Canta Raul Seixas, com regravações de canções do músico baiano. Dividiu o palco com Elba Ramalho no Rock in Rio III. Em 2002, a Som Livre lança um CD de grandes sucessos chamado Perfil, parte da séria Perfil. Também em 2002, veio o décimo sétimo álbum, O Gosto da Criação.
Em 2003, Estação Brasil, um álbum com várias regravações de canções brasileiras e uma inédita foi lançado. Fez uma participação especial na faixa "Sinônimos" do álbum Grandes clássicos sertanejos, de Chitãozinho & Xororó.
Em 2005, gravou seu único álbum solo ao vivo, Zé Ramalho ao vivo. Seu mais recente álbum de inéditas Parceria dos Viajantes, foi lançado em 2007 e indicado para o Latin GRAMMY de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.[3][4]
Em 2008, um álbum de raridades chamado Zé Ramalho da Paraíba foi lançado pela Discoberta, seguido de um novo álbum de covers Zé Ramalho canta Bob Dylan - Tá tudo mudando, homenageando o músico americano.
Em 2009, um novo álbum de covers Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga foi lançado para homenagear o músico pernambucano.[5]
Em 2010, continuou homenageando suas influências com o álbum Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro.
Seu trabalho mais recente é o álbum Zé Ramalho canta Beatles, lançado em agosto de 2011, com regravações do Fab Four. É o seu quarto álbum de covers em três anos.
Discografia:
Anterior a oficial
- Paêbirú (1974) disco gravado juntamente com Lula Côrtes, gravado pela Rozemblit. Um dos primeiros discos não-declarados de psicodelia brasileira (tendo, inclusive, uma canção com nome de cogumelo alucinógeno). Neste disco, compuseram faixas dedicadas aos quatro elementos da natureza (terra, ar, água e fogo). É hoje considerado uma clássico alternativo, com destaque especial para o seu uso de fuzz guitar.
Álbuns de estúdio
- 1978 - Zé Ramalho - (Epic/CBS)
- 1979 - A Peleja do Diabo com o Dono do Céu - (Epic/CBS)
- 1981 - A Terceira Lâmina - (Epic/CBS)
- 1982 - Força Verde - (Epic/CBS)
- 1983 - Orquídea Negra - (Epic/CBS)
- 1984 - Por Aquelas Que Foram Bem Amadas ou Pra não dizer que não falei de Rock - (Epic/CBS)
- 1985 - De Gosto de Água e de Amigos - (Epic/CBS)
- 1986 - Opus Visionário - (Epic/CBS)
- 1987 - Décimas de um Cantador - (Epic/CBS)
- 1992 - Frevoador - (Columbia/Sony Music)
- 1996 - Cidades e Lendas - (BMG)
- 1996 - "Antologia Acústica" - (BMG)
- 1998 - Eu Sou Todos Nós - (BMG)
- 2000 - "Nação Nordestina" - (BMG)
- 2001 - "Zé Ramalho canta Raul Seixas" - (BMG)
- 2002 - O Gosto da Criação - (BMG)
- 2003 - Estação Brasil - (BMG)
- 2005 - "Zé Ramalho ao Vivo" - (Sony/BMG)
- 2007 - Parceria dos Viajantes - (Sony/BMG)
- 2008 - Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando - (EMI)
- 2008 - Zé Ramalho da Paraíba - (Discobertas/Coqueiro Verde)
- 2009 - "Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga" - (Discobertas/Sony)
- 2010 - "Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro" - (Discobertas/Sony)
- 2010 - "Zé Ramalho - A Caixa de Pandora" - (Discobertas/Sony)
Foto: Frederico Mendes (Acervo)
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